A resposta não é 42.

Ubiquity, Mark Buchanan,

Quem leu o livro Cauda Longa do Chris Anderson ou o Black Swan do Nicolas Nassim Taleb deve conhecer os dois conceitos principais do livro Ubiquity. O primeiro é a distribuição exponencial de eventos aleatórios, e o segundo é sobre a imprevisibilidade da história. Mark Buchanan constrói passo a passo dentro da teoria do chaos como as distribuições exponenciais (power law) acontecem no mundo. Mostrando primeiro a ocorrência em diversos eventos da natureza como terremotos e incêndio em florestas e mesmo a extinção dos dinossauros. Depois  em outros de origem humana como no tamanho das cidades e nas mortes nas guerras.
Ficamos intrigados com a aparente coincidência que depois nos é explicado que se trata do fenômeno de estado crítico.  A história do mundo passa a ser explicada como um sistema em estado crítico e a história uma construção necessária, num universo aleatório. Se por um lado não vivemos num mundo totalmente aleatório sem sentido como um grande caldo de lava que parece igual onde quer que olhemos, também não estamos congelados parados imutáveis. É o conflito inerente de um estado crítico que define a história, a diferença coerente que pode ser contada passo a passo quando se olha para trás mas que desafia quem tenta prever seu desenrolar. É a organização do caos. O autor também mostra os diversos jogos computacionais que simulam em regras simples as interações aleatórias e que ajudaram no desenvolvimento da teoria. No estado crítico qualquer elemento químico ou substância tem o mesmo comportamento e a classificação das substâncias pelo seu expoente matemático nos revela outra surpresa. 
    O livro vai assim desafiando o senso comum e mostrando uma grande organização por trás do caos e ao mesmo tempo mostrando a impossibilidade de se prever o futuro.
    Ficamos logo pensando em que outros lugares e situações que conhecemos se enquadrariam no estado crítico e estariam sujeitas a distribuição quadrática ou exponencial. Quem gosta de matemática, estatística,  teoria do chaos e como juntar tudo num modelo que explica as coisas mais inusitadas vai gostar desse livro. Quem estuda história e quer uma perpectiva da aleatoriedade, dos milhões de pequenos eventos que se desenvolvem em grandes mudanças vai encontrar nesse livro um prato cheio.
   
    Recomendo a leitura.

3 comentários:

Paulo disse...

Boa, Georges. Estou vendo o conceito e caos nos tempos antigos. Era diferente dos de hoje. O caos antigo era mais mistura que acaso. Tudo existia, mas misturado. Aí vinha um herói, quase sempre um semi-deus, que vencia o caos (este personificado em dragão) e inaugurava o mundo. A prpósito, estou incluindo seu blog na lista de blogs amigos do blog http://blog.paulo.avelino.nom.br.
Abraços.

Georges disse...

Paulo, obrigado. O conceito de caos na física e na matemática é diferente do conceito que temos pelo senso comum associado a bagunça e confusão. O caos é um estado associado a certas características físicas mensuraveis e que estão presentes na distribuição dos gases no espaço e na mecânica de fluidos.

Paulo disse...

Olá Georges! Bom saber dessa diversidade de conceitos para essa palavra caos. Abraços.