Ubiquity, Mark Buchanan,
Quem
leu o livro Cauda Longa do Chris Anderson ou o Black Swan do Nicolas
Nassim Taleb deve conhecer os dois conceitos principais do livro
Ubiquity. O primeiro é a distribuição exponencial de eventos
aleatórios, e o segundo é sobre a imprevisibilidade da história. Mark
Buchanan constrói passo a passo dentro da teoria do chaos como as
distribuições exponenciais (power law) acontecem no mundo. Mostrando
primeiro a ocorrência em diversos eventos da natureza como terremotos e
incêndio em florestas e mesmo a extinção dos dinossauros. Depois em outros de origem humana como no
tamanho das cidades e nas mortes nas guerras.
Ficamos intrigados com a
aparente coincidência que depois nos é explicado que se trata do
fenômeno de estado crítico. A história do
mundo passa a ser explicada como um sistema em estado crítico e a história uma
construção necessária, num universo aleatório. Se por um lado não
vivemos num mundo totalmente aleatório sem sentido como um grande caldo
de lava que parece igual onde quer que olhemos, também não estamos
congelados parados imutáveis. É o conflito inerente de um estado crítico
que define a história, a diferença coerente que pode ser contada passo a
passo quando se olha para trás mas que desafia quem tenta prever seu
desenrolar. É a organização do caos. O autor também mostra os diversos jogos computacionais que simulam em
regras simples as interações aleatórias e que ajudaram no
desenvolvimento da teoria. No estado crítico qualquer elemento químico ou substância tem o mesmo comportamento e a classificação das substâncias pelo seu expoente matemático nos revela outra surpresa.
O livro vai assim desafiando o senso comum e mostrando uma grande organização por trás do caos e ao mesmo tempo mostrando a impossibilidade de se prever o futuro.
Ficamos
logo pensando em que outros lugares e situações que conhecemos se enquadrariam
no estado crítico e estariam sujeitas a distribuição quadrática ou
exponencial. Quem gosta de matemática, estatística, teoria do chaos e
como juntar tudo num modelo que explica as coisas mais inusitadas vai
gostar desse livro. Quem estuda história e quer uma perpectiva da
aleatoriedade, dos milhões de pequenos eventos que se desenvolvem em
grandes mudanças vai encontrar nesse livro um prato cheio.
Recomendo a leitura.
3 comentários:
Boa, Georges. Estou vendo o conceito e caos nos tempos antigos. Era diferente dos de hoje. O caos antigo era mais mistura que acaso. Tudo existia, mas misturado. Aí vinha um herói, quase sempre um semi-deus, que vencia o caos (este personificado em dragão) e inaugurava o mundo. A prpósito, estou incluindo seu blog na lista de blogs amigos do blog http://blog.paulo.avelino.nom.br.
Abraços.
Paulo, obrigado. O conceito de caos na física e na matemática é diferente do conceito que temos pelo senso comum associado a bagunça e confusão. O caos é um estado associado a certas características físicas mensuraveis e que estão presentes na distribuição dos gases no espaço e na mecânica de fluidos.
Olá Georges! Bom saber dessa diversidade de conceitos para essa palavra caos. Abraços.
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