Estava a velha em seu lugar e veio a aranha...

Faber Castell on the Behance Network


   Porquê da arte? Parece sem sentido ficarmos embevecidos, emocionados, energizados, mas nunca indiferentes perante uma obra de arte. Onde começa e onde termina? Onde se cria o sentido e onde faz sentido? Onde o sentido é o sentido e o sem sentido também. As artes plásticas, ao contrário da música e da literatura, podem ser assimiladas sem a dimensão do tempo. Vem inteira, e depois podemos buscar detalhes, referências nossas, explícitas, implícitas, e lemos a obra com o tempo. Mas ela já estava lá desde o início. O artista Chan Hwee Chong fez vários desenhos usando apenas um fio espiral que com sutis mudanças de percurso e variações de espessura faz surgir a imagem de um quadro famoso. O projeto foi patrocinado pela Faber-Castell fabricante das canetas. As espirais circulares me lembraram um disco de vinil, com sua espiral que tem que ser percorrida pela agulha para produzir o sentido da música. Música tem que se desenrolar, senão não faz sentido, como a narrativa que necessita do tempo que organiza uma coisa depois da outra. Mas como percorrer um espiral e sentir uma Monalisa ou um Van Gogh? Quem está na espiral acompanhando o desenrolar não vê o todo, não sente o todo. Será que as músicas e as narrativas poderiam ser vistas também assim, de lado e virar um quadro?




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