Acabei de ler hoje o livro da Miriam Leitão, tive que ler quase num fôlego só pois o livro é num rítimo incrível a parece até que não sabemos o fim da história. É uma grande reportagem sobre a estabilização econômica feita com conhecimento de quem participou como repórter de vários momentos e com informações de bastidores. O livro tem altos e baixos, e apesar de não poupar críticas a ninguém, também não esconde suas simpatias. Não é errado ter simpatias ou escrever um livro que em alguns momentos chega quase a ser panfletário, afinal a própria Míriam disse que ela não é nem economista nem historiadora, é jornalista. Certamente será um livro importante para quem quiser entender o que se passou nesse período. Outros livros devem aparecer com outras versões e outras análises mas a posição de insider que a Miriam possui será difícil de reproduzir. Os dois primeiros capítulos me prepararam para o pior em termos de estilo, pesados, parecem discursos que abusam a da fórmula de dar exemplos e mais exemplos em cada ponto. Depois o livro engrena no jornalismo bom, ágil e nos prende até a última página. Duas coisas incomodam, primeiro o vai e vem da linha do tempo que abusa da fórmula de começar uma história pelo fim, depois desenvolver o começo e depois terminar de onde tinha começado. Do ponto de vista de simpatias fica claro que a questão da crise cambial não foi explorada adequadamente. Parece mais um briga de vaidades do que uma grande estratégia que envolvia principalmente a questão eleitoral. Recomendo o livro pelos seus acertos. Mas continuo não gostando de ver as entrevistas da Míriam na televisão que entra com a pauta pronta, não respeita o entrevistado, interrompe e perde a simpatia do espectador por parecer grosseira, mesmo quando está certa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário